sábado, 9 de julho de 2011

Desabafo da Cherry Gim e o Preconceito Pesado

Hello cherrydas, não poderia deixar de postar aqui o que acabei de ler. 
Estou num momento bem introspectivo, repensando os vários abusos que sofri durante minha vida por ser gorda e realmente quem diz que uma vida de preconceito contra você não o afeta, está mentindo para si mesma. Eu, muitas vezes me afirmei isso, mas apenas tapei com a peneira para tentar ter uma vida normal e melhor, mas isto não aconteceu. 
Nos meus momentos de tristeza vem a memória muitas lembranças da minha infância e adolescência, os vários xingamentos e abusos psicológicos, a ausência de amigos desde a infância, pois sempre se afastaram por eu ser gordinha e na adolescência onde 
"me achava não digna de conversa porque eu não era normal, era gorda". 
E os meninos que tiravam sarro, me humilhavam, me desprezavam e quando um sopro de felicidade ocorreu em minha vida e os meninos sentiam a atração pela minha simpatia, vinham as meninas e me criticavam, me xingavam sem motivo aparente (ex: como pode, ela gorda e com namorado e eu magra e sem?). 


Fui agredida verbal e fisicamente achando que era merecedora por ser feia (por ser gorda). 


E hoje tenho marcas em minha alma que estão difíceis de apagar, mesmo com orações. O triste é saber que mesmo em casa não tenho apoio e suporte, o que ouço é apenas: você está gorda filha, você engordou mais, você precisa emagrecer. Isso não me deixa muito feliz, uma vez que estas seriam as pessoas que deveriam me ajudar, assim sinto que estou por conta própria a mercê da sombra desses abusos que sofri e com quase 30 anos nas costas sem saber muito bem o que faço da minha vida, já que nem meu marido me olha mais (provavelmente pq foi condicionado pelo mundo a ver as pessoas como a sociedade quer, a culpa não é dele). 
Aí está o verdadeiro retrato do abuso causado por muitas mentes insanas que convivemos na sociedade e que hoje é muito pior do que anteriormente, pois, todos são donos de si e de suas palavras, não importando o quanto vão magoar, e falam o que querem sem se importar com o próximo.
De qualquer maneira, um currículo brilhante e uma alma dinâmica não adiantam contra o pensamento coletivo de depreciação contra nós obesas, um exemplo é visto em alguns comentários dos posts aqui no Cherry Gim, como este.
O que me mantém em pé ainda são as orações, o próprio DEUS, é o blog, são as amigas dos outros blogs e seus textos recompensadores e animadores, pois, por conta própria o mundo quer nos explodir.
Sorte a minha que eu sei que somos lindas quando a maquiagem e a roupa ajudam, mas isso não basta neste mundo e sem apoio, muito menos.
E como o próprio texto abaixo diz, me sentir assim é pior e a comida conforta e aquece
Como vou me animar com exercícios se sei que o mundo é tão injusto assim.
Quem dera viver em um mundo melhor e mais justo!

AMigas, não fiquem tristes por mim e sim pela sociedade prejulgadora e ditadora de padrões incautos.
Momentos de tristeza e reflexões como este são importantes, mesmo porque é um desabafo de nossa alma e geralmente nos transforma em pessoas melhores sempre! Passar por isso e lembrar do que aconteceu deixa qualquer um para baixo, mas pensar num futuro melhor anima, pensar que estou construindo um futuro melhor para meus futuros filhos me dá forças para não sucumbir.
"E saber que por baixo de tudo isso existe uma pessoa especial e linda que é a princesinha amada por DEUS aquece cada coração gelado pela dor do preconceito".
Nossa é incrível que ao final deste escrito já estou animada para lutar! Vamos ao combate!
Abaixo a gordofobia!!!


Retirado do Blog O peso do preconceito
Preconceito pesado


O preconceito contra o obeso é conhecido desde a Grécia de Aristóteles, quando se achava que os gordos tinham mau caráter. Na Idade Média, dizia-se que as pessoas gordas eram dominadas pela gula e preguiça – dois dos sete pecados capitais. Segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo IBGE, 10,5 milhões de brasileiros com 20 anos ou mais são obesos. Somado àqueles que estão acima de seu peso, o número sobe para 39 milhões de brasileiros, ou 40,6% da população. Apesar desse grande percentual constata-se que o indivíduo gordo sente-se cada vez mais excluídos socialmente.

Pesquisas apontam que os obesos estudam menos, têm dificuldades de relacionamentos amorosos e menores ofertas de emprego. Nos escritórios, novos projetos ergonômicos privilegiam cada vez mais pessoas magras. Além disso, as empresas evitam contratar funcionários que possivelmente terão mais problemas de saúde, como hipertensão, diabetes, doenças cardíacas e colesterol.

A ditadura da balança faz suas vítimas no mercado de trabalho, atingindo aqueles que se enquadram na classificação de obesos, baseada em uma equação simples que leva em conta o peso e a altura de cada indivíduo. Desde os 10 anos de idade Luanna Vieira 25 anos, convive com a obesidade e para ela o fato de ser gorda a impede de conseguir um trabalho “quando vou levar meu currículo em alguma empresa não coloco minha foto, principalmente quando a vaga é para o cargo de recepcionista, onde as empresas dizem que querem pessoas com bom perfil e como sempre os gordinhos estão fora desse padrão”, ironiza.
Já para Michelle Bahia 23 anos, ser gordo é um castigo “o preconceito que sofri e ainda sofro por causa da obesidade me fez ser uma pessoa triste e muito insegura, que tem problemas para se relacionar com os homens, pois não me sinto atraente. Ter rosto bonito não ajuda muito, pois as pessoas reparam no corpo, já me senti um lixo, de ver passar uma garota magrinha do meu lado e todos os homens assobiarem para ela, e eu me sentir a última mulher da face da terra, sempre sofri com esse tipo de comparação, cheguei a tentar o suicídio no auge da depressão, foi muito triste! Ano passado fiz a cirurgia de redução de estômago, perdi 42 kg, mas ainda falta bastante para me sentir bem comigo mesma”, desabafa.

Além dos sofrimentos físicos próprios da obesidade, os gordos também são vítimas de uma pressão psicológica, por vezes velada. Ser gordo é pertencer a uma categoria social à parte, é ser tratado de modo especial, é ter que vestir roupas compradas em lojas especializadas, é ter apelidos depreciativos, é ser inferior, é ser sexualmente desinteressante. O sentimento de inferioridade dos gordos é reforçado pelas atitudes irônicas, maldosas e agressivas das pessoas que os cercam e que com eles convivem.

Marcela Amorim, 29, também sentiu na pele os sofrimentos do preconceito a publicitária conta que antes de fazer a cirurgia de redução do estômago o que lhe subtraiu 40 kg passou por muitos constrangimentos “desde pequena sempre fui gordinha, mas foi a partir dos 13 anos que comecei a engordar muito aos 28 anos cheguei a pesar 118 kg. Não agüentava mais tentar comprar roupa em locais comuns por não caber e por não ser bem recebida. A atendente sempre perguntava: É para você? Eu saia da loja arrasada sem comprar nada. Em shows e festas o constrangimento já era na entrada quando passava na roleta. Para não ficar louca, sempre levei essas histórias na brincadeira, fazendo gozação de mim mesma, mas com o passar do tempo essa carapuça de pessoa feliz foi caindo e fui vendo que se eu continuasse daquela forma não iria ter uma vida digna de uma cidadã comum”, histórias como a da Marcela são encontradas na vida de muitos obesos que padecem dessa doença física e psicológica “muitas pessoas não entendem a gravidade desta doença, pensam que as pessoas são gordas por que querem, talvez esse seja o maior motivo de se acharem no direito de ofender o próximo”, salienta Marcela.

A publicitária usará suas histórias para fazer um documentário sobre de como a redução do estômago mudou a sua vida “o objetivo do meu documentário é incentivar as pessoas a tratarem da obesidade e conhecer um pouco dos problemas enfrentados pelos obesos principalmente os sociais”, explica.
O senso comum acredita que o obeso é um sujeito sem força de vontade, que cede à gula e à preguiça e só não emagrece porque não quer. A ciência já constatou que isso não é verdade, que sabemos pouco sobre as reais causas da obesidade e que a própria discriminação é responsável por vários problemas de saúde, especialmente os psicológicos.

Os obesos precisam da compreensão da sociedade no sentido de lhes ser garantida as mesmas oportunidades conferidas às pessoas não obesas, notadamente no que se refere à utilização do transporte público, cobrando das autoridades a execução de leis que são pouco usuais, como as que permitem que as pessoas mais gordas entrem nos ônibus pela porta da frente, evitando a catraca e o constrangimento, infelizmente esta lei vigora apenas em três cidades brasileiras: Porto Alegre, Santos e São Paulo.

7 comentários:

  1. Querida Cherry não quero te chatear, nem me intrometer na sua intimidade, mas como tenho um pai obeso posso afirmar que sua família te ama incondicionalmente, só que apesar de te apoiar não vão te motivar a continuar obesa. Não por preconceito, simplesmente por preocupação e zelo a sua saúde. Acho que voce tem toda razão quando cita que a qualidade do curriculo não é inteiramente o que é avaliado como parte do "perfil" e acho absurdo quando vejo anúncios de emprego que pedem foto. Espero ser mais uma amiga e gostaria de dizer que admiro quem levante uma bandeira para defender o certo e também desejo uma sociedade sem preconceitos. Você e cada um que se junta a você já estão fazendo diferença. E eu sou uma dessas pessoas que estão do seu lado.
    Bjinhos

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  2. Obrigada Bi por suas palavras! nas horas mais difíceis é que encontramos grandes amigos e palavras de conforto!
    Abraços

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  3. criei um pag no face se puder add


    http://www.facebook.com/pages/Padr%C3%A3o-de-beleza-n%C3%A3o-me-atrai/264191210297454

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Entendo o que vc passa, pois já passei por isso na escola e em casa. Sem falar que minha mãe, que deveria me confortar, era a pessoa que mais me criticava e por diversas vezes debochava de mim, inclusive na frente dos outros. Hoje sou uma pessoa mal-humorada e totalmente sem paciência, me tornei um pouco fria até. A ignorância e falta de respeito comigo me transformaram numa pessoa insensível em relação aos problemas dos outros. Já nem sei se queria ser magra pra pararem de encher o meu saco ou simplesmente pra ficar melhor comigo. São questões loucas que rolam na minha mente. Mas nem te estressa com isso, aqui se faz e aqui se paga...essas pessoas que desprezaram vc vão sofrer muito ainda...pode ter certeza. Um beijão! Feliz 2012 ;)

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  6. Nessa, nem fala menina...eu melhorei um pouco depois que encontrei a Deus, aí consegui acalmar meu coração, mas as vezes realmente batem uma revolta com várias formas de agressão inconsciente que sofremos de parentes e conhecidos....Mas, assim são as pessoas, NUNCA se colocam no lugar dos outros...Mas graças a Deus a gente aprende né...e graças a Deus eu não sou ignorante e mal educada como esses agressores...
    Obrigada querida pela visita!! volte sempre!

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